"Extraio de mim para o papel; o sumo de minha alma para o papel"
Vou começar este post copiando algumas páginas do meu caderno:
"[4/8/2011] (...)
Ontem...
... Hoje quero escrever coisas muito íntimas, e como as pessoas do meu lado tendem a ler eu caderno contra a minha vontade enquanto escrevo, eu estou evitando escrever. Lembrei agora daquela página daquele antigo diário que escrevi toda em código (arghe-sangue-pirata, para quem isso significa alguma coisa) porque ninguém podia saber do meu desejo secreto pelo prof. paiva. Hoje isso parece tão bobo. Eu preferia qu aquela página estivesse em uma língüa que eu pudesse ler.
Estive pensando muito sobre coisas que eu achava de um jeito e agora vejo qu acho de outro, e é um pouco surpreendente notar que eu achava todas essas coisas absurdas. Lembra de quando eu tinha fantasias com namorar o Yuri e trai-lo com o Charles? E encontrei uma falha naquele plano da Ana Bruner de escrever minha Weltanschauung: eu nunca poderia prever que essas coisas que mudaram seriam relevantes o suficiente para anotá-las! Quantas outras coisas eu nem poderei lembrar? Estes cadernos são o melhor registro de quem eu sou, de quem eu era quando os escrevi. E mesmo que eu escreva todos os dias, sempre falta alguma coisa. Tem tanta coisa que não dizemos. Tem tanta coisa que nem pensamos nas vozes superiores do pensamento! Talvez eu devesse me proucupar mais em guardar comentários em blogs alheios, dou muito mais opiniões ali. Ou pelo menos opiniões mais incisivas. Talvez eu devess desencanar disso tudo também, afinal, de que me serve obter tão extenso registro? Que me serve ter um registro tão extenso e cuidadoso de mim?"
Com uma freqüência assustadora, eu percebo que no passado eu pensava coisas que hoje em da me arecem totalmente absurdas. Essa fantasia da tração é uma das que mais me choca. Naquela época eu estava começando a descobrir quão difícil é tentar amar uma só pessoa, e eu queria ter os dois (como todo mundo sabe, eventualmente eu acabei namorando os dois, um depois do outro. Mas não foi uma coisa planejada. Acho que foram só paixões muito intensas que não desapareceriam se não se cncretizassem), e eu achava que não havia nenhuma olução lícia, por isso nas minhas fantasias eu buscava as soluções ilícitas. Isso foi antes do episódio em que eu decidi que não ia mais namorar e no qual o Di conseguiu me mostrar que existiam outras opções de vida. Hoje em dia, eu considero que se eu quero trair (propositalmente) meu namorado, é porque eu não devia estar namorando com ele pra começo de conversa. Fico aliviada por ter chegado a essa conclusão sem passar por nenhuma situação realmente problemática (pelo menos nesse âmbito). Sempre fui correta demais para conseguir fazer algo que eu sabia que machucaria alguém que eu amo (e eu sempre tive certeza de que não conseguiria realmente mentir para alguém amado e íntimo).
Acho que por um lado me é útil fazer esse registro de mim, porque assim eu consigo ver mais claramente o que mudou, o que ficou. Além disso, eu posso escrever, eu tenho sobre o que escrever, eu gosto de escrever e de faer palavras bonitas. E no blog, é claro, eu posso me comnicar. Mesmo nos meus cadernos-diários eu sempr sinto que estou escrevendo para alguém. Talvez seja a marina do futuro. Tavez eu esteja escrevendo para uma menina do futuro que vai encontrar esses registros e le-los um a um. Às vezes eu tenho vontade e ostro o qe escrevi para algumas pessoas. Eu sou sincera porque acho que não vale a pena viver se não e para viver plenamente, sinceramente, sendo quem você é. Eu escrevo em um úico blog porque me recuso a me fragmentar. No mesmo lugar escrevo poesia, discuto meus estudos e assuntos acadêmicos, divago sobre política e sociedade, e temas que são totamente inapropriados para uns ou outros públicos. Porque eu me recuso a me fragmentar. Mas para quem estou escrevendo?
E por quê? Será que isso sequer é realmene uma questão? Acho que se eu continuar registrando, eu nunca vou me arreender.
...
Eu tenho uma certa necessidade de preservar o presente, sabe?
6 comentários:
Permita um comentário puramente egoísta:
!!!
Voce por acaso escreveu um codigo em letras faltando? Eu não qureo me dar ao trabalho de descobrir se as letras faltando formam uma palavra, ou se simplesmente vc escreveu com um teclado incomum...
O teclado do note do chalom é esquisitíssimo, errei um monte de vezes, fiquei corrigindo o tempo todo...
( a propósito, considero super apropriado seu comentário, yuri. Concordo plenamente.)
Vc se recusa a se fragmentar. Meu antigo blog se chamava Fragmentes.
~~
...
Achei... bem.
Mali, sabia que eu tenho um caderno aonde escrevo meus pensamentos e que, só recentemente, me toquei que aquilo era mais um diário e que não queria que ninguém lesse?
Basicamente é um caderno sem pauta, em que eu escrevo com a menor letra possível para ver se eu desincentivo alguém a tentar entender.
Escrevo o que se passa de perturbado na minha mente no dia. sempre com alguém a quem direcionar o que escrevo, senão perco completamente o foco.
Acho que isso vai sim mostrar para minha eu futura do como eu era, mas isso também mostra a minha eu presente como eu sou. e é isso que me faz escrever.
btw, comecei a ler o blog cemhomens por conta do post anterior, e curti muito.
vou acompanhar \o/
Postar um comentário