quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vício

Ah, não que eu seja digna de flara qualquer porra, mas eu vou tentar.

Em primeiro lugar, é uma merda se viciar em coisas que são necessárias pra sua sobrevivência cultural e social. Eu detesto me viciar em livros, quadrinhos, histórias. Entretanto não posso evitar. Será que eu detesto a minha vida tanto assim que a ficção seja realmente a única coisa que eu faço que faz sentido? Tive a sensação recentemente que tinha acabado de acabar um melhor-ano pra mim. Um ano de amor, aventura e descoberta. Um ano de Verdade. Mas agora só restam migalhas, molho esparramado na toalha de mesa, copinhos de plástico amassados, essa merda toda. Um salão de festas vazio, é o que estou dizendo. Cacos de vidro em algum lugar.

Muito pouco e estamos no Inferno de novo. É muito fácil se tornar um tolo.

Em segundo lugar, eu fico pensando se eu devia parar de ler a droga do blog do bruno porque cada vez que eu leio eu sinto que eu fico verdadeiramente com raiva. Me lembra um pouco o que aconteceu quando eu fui amiga (a parte mais dopada de mim quase disse ka-tet) do tu, eu sentia cada vez mais raiva dele, raiva da sua dor, raiva por sob um oceano de amor, sim, mas raiva nonetheless. A diferença entre os dois, provavelmente, é a idade. E que o bruno não está apaixonado. Parte de mim geme porque eu também não tenho nenhuma resposta, nem pra mim. Aliás

acho que vocês são amigos bastante bons. Também acho que ninguém ousa me mostrar o pior dentro de si.

Um me disse o pior, ié, me rejeitou como um cara rejeita uma cadela vadia, e eu gani em resposta um vômito de todas as minhas ânsias. MAS O mundo é um lugar ridículo! Nada tem importância! Nossa dor virou sopa, nossas questões existenciais foram simplesmente desprezadas! O mundo real é completamente covarde!

Eu me lembro de ter dito pra ele (naquele dia que fomos passear na chuva, vocês dizem) algo como não seja ridículo! porque eu e ele partilhamos o khef, e não há segredos dentro do ka-tet (eu desisti de lutar contra essas palavras - maldito stephen king). "Eu devia ter percebido que você tinha um problema com segredos", foi a resposta. (vai se fuder, respondeu minha mente, subitamente revelada sua máxima covardia) Essa conversa ainda me devora por dentro. Por isso a necessidade estúpida de revelá-la.

Mas sabe, também estou sozinha. Isso dói por dentro, e eu não tenho vontade nenhuma de continuar em frente. Foda-se a minha vida. Só mais quinze páginas. Só mais um capítulo. Não consigo pensar em nada enquanto espero chegar em casa e pegar o próximo livro. Pensando bem, que bom, não quero mais pensar em nada mesmo.

3 comentários:

Utak disse...

You can talk, but I cannot hear!
What did I loose? If it's important, please call me.

yuribt disse...

Às vezes eu lamento não te acompanhar mais de perto.

Caio Braz disse...

Impressionante... me senti um pouco como se fosse um texto meu, são muitas coincidências.

Quanto a dor de estar sozinha, eu te entendo... sinto a mesma coisa, é horrivel, algo que grita por dentro!

Quero poder acabar com essa dor, é o meu objetivo!