sábado, 21 de agosto de 2004

Do mêdo da morte, e de todas as outras coisas...

vulgo um Desabafo ferrado...

Estou me sentindo muito estranha... Em primeiro lugar, estou escrevendo dois posts ao mesmo tempo, não sei se isso é muito saudável... ... Estou com uma droga de uma dor de cabeça surhida do nada... mamãe diz que é fome, o que faz sentido, porque eu almocei lá pela uma da tarde, mas não sinto fome... Talvez...
Mesmo assim, é como se meu corpo clamasse por comida, de uma forma estranha, diferente do que mamãe me ensinou ser a sensação de fome. É como se estivesse tudo errado. Mas eu ganhei um gorro e um cachecol, coloridos, muito, muito lindos, e por isso, pelo menos isso está certo...

Mas isso não é lá muito importante.
O importante é como eu me sinto, digamos, emocionalmente. Porque a fome passa, e, no final, não vai fazer diferença até segunda-feira...

O mais estranho, é que, por um lado, eu quero ficar longe, não quero pensar em nada, não quero pensar em gente, muito menos gente homem, quero esquecer, me isolar; por outro, quero que o fim de semana acabe de uma vez, quero voltar à luta, não quero ter de esperar... Quero retornar, com garra, com fúria, ao campo de batalha, estratégias revistas, mas não posso fazer nada enquanto tudo estiver distante...
Por outro lado, quero poder olhar nos teus olhos, com raiva, com firmeza, te derrubar no chão, e não quero que sejas delicado, quero que me segure, que me derrube, que olhe para mim com firmeza, que tenha um nome, que seja alguém. Ou não. Ou quero apenas que me diga algo, algo que eu entenda, que eu possa aceitar, algo que não doa muito, mas que eu possa sentir... Percebo agora, que esse você não precisa ser um alguém definido, pode ser quase aquele mesmo você do Artur outro dia, pode ser quase qualquer um deles, embora não seja todo mundo, nem qualquer um. Você que me abraça, que me enxerga, que às vezes até me deixa entender que me ama; você que eu amo tanto que quase não posso imaginar um mundo sem você, que quase não existo sem você, que meio que não quero ter apenas um pequeno pedaço de você, que quase quero ser meio de você, que quase quero ter meio de você, ou que quero ter você inteiro, que sem você o mundo não tem tanta graça; quero tocar seu rosto, quero sentir seu gosto, fazer cócegas.
Mas de verdade hoje eu morro de raiva de você, aliás morro de raiva de todo mundo, mas você principalmente. Mamãecs tinha razão, né, mãe, essa situação indefinida não me faz bem, não me faz feliz, mas, pensando agora, hoje não é segunda feira. Segunda é um bom dia para saber em que pé estamos. Tudo meio que sai de perspectiva. Fica tudo muito mais confuso...

Eu queria que tivesse alguém aqui com quem eu pudesse falar francamente. Alguém que estivesse morrendo de vontade de me ouvir. Mas, ah, as coisas andam dando meio errado. Eu acho que quero acabar com tudo, dar-lhe um beijo envenenado e ver se você morre.

Acho que o veneno do seu corpo é mais forte que o meu.

Acho que eu morreria antes; mas se quer saber, eu não me importo, eu já morri algumas vezes, e nasci melhor, depois. Você é que estaria vivo, arcando com os problemas da vida real. Eu deixaria essa parte chata pra você, que estaria começando a entender. Do que é que você tem medo?
Eu só tenho medo de você.
As tempestades do pacífico não me assustam, tampouco me metem medo os olhares das pessoas que nos vêem por aí, que me olham. O que me amedronta é o seu mêdo, a forma como você desvia o olhar ou fala qualquer bobagem quando olho fundo, sério, nos seus olhos. Eu poderia passar algumas horas olhando nos seus olhos. Eu poderia passar muitas horas com você... mas hoje, apenas hoje, eu quase queria que você sumisse, que todo mundo sumisse, que eu acordasse do sonho no convés dum barco, numa praia deserta ou no cume dum morro, num lugar qualquer..

Não é que eu seja masoquista; eu não gosto de sofrer...
Hoje pensar em você me fez chorar. Só pensar, com raiva, com mêdo, em você que me abraça, que diz que me adora, que me aperta junto ao peito, que me deixa sem resposta, que não diz o que fazer, o que vai fazer o que você está fazendo, milhões de vasos sem nenhuma flor?, não me diz o que eu posso te dizer, deixa eu dizer que te amo, deixa eu gostar de você, que às vezes eu acho que não sei quase nada de você...

Ouvi (ou li) dizerem uma vez, "se vai te fazer chorar, então esqueça". Eu poderia te esquecer, deixar tudo isso pra tás, esquecer todos vocês, dormir com os bichinhos de pelúcia, partir pra outra...

Mas eu não quero deixar de te amar, eu não quero deixar p'ra lá...
É claro que eu quero me sentir segura, que eu quero que essas lágrimas parem alguma hora, chorar deixa as pessoas infelizes, e eu prefiro sair por aí cantando, porque quem não tem colírio usa óculos escuros, talvez a gente devesse mesmo ir p'rà casa do Squick ler... Acho que as suínas antigas são ocupadas por catetos quadrados (afinal, Tavas é um mundo meio 2D), e queixadas reais.

O rabbo mordeu o pescoço de um pato, e viu sangue pela primeira vez.

Sabe que se não fosse por minha irmã, minha mãe e minha avó, a música para mim seria apenas música? Será? Talvez você fosse capaz de mudar isso...

"Vamo aê, galera, pagar mico, dois palito, demorô!"

Eu quero adormecer nos seus braços, e acordar neles, depois, mas você tem que me dizer que eu posso. Assim, na lata... Por quê esse medo?

Nenhum comentário: