terça-feira, 22 de junho de 2004

Em Direção ao Vago

Eu espero que algumas pessoas ainda saibam qual referente explica esse título... Toc-patoquicamente falando...

Sábado.
Festa junina.
Depois da quadrilha, eu fui até a barraca do Outback fazer nada. O que eu me lembro dessa hora é basicamente que a Gabi apareceu parecendo extremamente desanimada (a essa hora, o mood de 'hora cançada da festa' impera, espero que fosse só isso), saímos para achar alguma coisa, não lembro o quê, depois eu voltei para o outback umas quatro vezes, conheci a Fernanda (eu acho), e só.
Fiquei uns... Deixa eu ver, a quadrilha foi às 16h30... uns dez minutos fazendo nada, fui até o ginásio, vi o pessoas afinando os instrumentos, se 'aquecendo' e etc., saí, pensei em ir finalmente trabalhar na barraca das crianças, fui lá, desisti (umas quatro vezes), fiquei mais muito tempo nesse mood meio depressivo, me afogando em todos os erros que eu havia cometido, mesmo aqueles que tinham pouca relação com a festa, procurando desesperadamente um abraço, mas encontrando apenas olhares que não viam, braços fechados de pessoas que não me reconheceram. Eu estou dramatizando demais essa situação, mas a verdade é que senti mais do que nunca a dor d'as pessoas não escutarem minha voz... *suspiro*

"Vou me perdendo
buscando em outros braços seus abraços
perdido no vazio de outros passos..."


Perto das seis horas, resolvi esquecer todas essas desespeanças e subir outras vez no cabo de aço, caminhar em direção a um carinho qualquer, de quem podia rir e me fazer rir. Ou seja, eu fui para o ginásio de esportes. Com pouca hesistação decidi não subir na arquibancada, mas unir-me aos amigos sabe-se lá se mais ou menos queridos no chão, perto do pseudo-palco, dos músicos, que era o que realmente interessava.
Desse espetaculinho lembro coisas engraçadas: a Ludi me abraçando muito; uma bagunça suprema com Ludi (mamãe), Paulo (papai), Nelson e eu (pimpolhos) e o Digo como agregado fazendo comentários nada a ver; várias mexeções procurando um lugar de onde eu pudesse ver pelo menos o tecladista, o vilinista, o flautista, o baterista e um dos aleatórios do fundo; gritos de "Yuri gostoso!!" (você os ouviu, Yuri?); aquelas músicas felizes...

Depois desse espetáculo musical (marcado aliás por muitos incidentes profundamente importantes para mim, emocionalmente...), conversei um pouco com o pessoal, saí correndo e pulando os bancos, brinquei de pega-pega, depois... Depois saí na noite, uivando, gritando, soltando meus demônios, sem nada conseguir. Fiquei distante, é verdade; numa hora ria e brincava, noutra, saía andando, como eu mesma disse, em direção ao vago... Finalmente, depois de muita enrolação, depois daqueles fogos maravilhosos, depois de... depois, fomos para casa. Dormimos às 3h30 da madrugada, jogados no tapete da sala (meu quarto estava impregnado de um cheiro desagradável de gente), enrolados em cobertores.

Foi um sábado estranho... em que eu conseguia ser sinceramente feliz quando de alguma forma queria deitar e chorar, e ao mesmo tempo de sentia perdida quando as pessoas tentavam me encontrar através destes olhos castanhos...

Coisas realmente boas que eu pude abstrair deste dia:
- Minha adoção mútua do Ed
- A chegada da Talita
- Encontrar os velhos santacruzes das Turmas de 2002 e 2001
- Música
- Trabalhar insanamente no Outback
- Jogos de Detetive muito aloprado e MarioKart 64 com Gabi, MF, Luque, Ed, Marco e Gio(que resolveu dormir antes do MarioKart)
- Dança loucura na quadrilha
- abraços... muitos deles... outros nem tanto...
...não necessariamente nessa ordem...

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