terça-feira, 13 de julho de 2004

Tanto mar...

Sei porém que é preciso, ai, navegar, navegar...
Hoje eu sou uma gatinha. A lobzmina virou lobzgata. Recebi afago atrás da orelha (não tem nada mais relaxante), e pude lamber, morder, ronronar (tentar, na verdade) e miar, se bem que isso eu faço o tempo todo.

Eu estou começando a falar bobagem, não estou?

Adoro emaranhados (a menos, é claro, que o meu cabelo esteja envolvido)... Adoro ser feliz. ^^

Boa noite... *boceja*
Eu escrevi isso há mais ou menos um mês, neste mesmo blog. Começo este post com um trecho que reflete exatamente o oposto do que estou sentindo. E o que estou sentindo?

Olho para a tela, olho para o teclado, para minhas mãos com meus olhos cansados. Respiro fundo e aspiro esse ar parado. Quem fechou minha janela? Quem calou minha voz de quem não pode parar de cantar?

"Nunca mais, nunca mais eu parei de cantar"

Sinto meu pé dormente, e isso não me causa nada. Meu ombro direito dói. Como sempre. Mas isso também não me importa. Olho pela janela. Lá fora, o dia morre, e eu continuo a perder tempo.

Fisicamente, eu estou um lixo; emocionalmente, (eu estou um caco) eu estou com SAUDADES!! Eu passei cinco dias tentando não pensar em você. Passei três ou quatro vivendo sem você... Agora, que faço eu da minha vida sem você? Tudo perdeu o sentido. Quase tudo perdeu o motivo. Ontem, me encolhi em mim mesma e consegui não pensar em nada. Hoje, não é mais possível. Amanhã, apareçam aqui em casa... não quero ter que passar mais um dia vazio, doloroso, inútil.

"Eu te amo porque te amo, e amor é estado de graça."

Fecham-se as cortinas. Uma música estranha começa a tocar. Atrás de minhas pálpebras, vejo teus olhos me encarando. Ou será que não olham para mim? Examino o reflexo em teus olhos. Uma gota de sangue escorre. Não consigo fechar os olhos.

"Chorei até ficar cansado de ver os olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado as flores que estão no canteiro
Há flores por todos os lados, há flores em tudo o que eu vejo
Há flores cobrindo o telhado e o resto do meu corpo inteiro"


Olho para baixo, para minhas mãos. Meu ombro dói. Ninguém aparecerá para me fazer uma massagem, para deitar sob uma árvore comigo; ninguém me dará o abraço que eu tanto quero. Deixa eu dizer que te amo? Deixa eu querer você mais do que é possível? Sinto em meus olhos as lágrimas que se formam. Tudo tem um fim.

Descobri algumas coisas fundamentais nessa viagem. A primeira, a mais importante, é que existem pelo menos três que eu amo, que eu já sabia, pelo menos um pouco, que eu amo, mas descobri que meu amor por elas é muito maior do que eu imaginava...

Eu te amo mais. Muito mais.

A segunda, é que eu consigo viver sem você, mas não sem pensar em você. E não consigo viver sozinha. E é horrível te que viver sem você...

Dizem que "aqueles que te amam nunca te abandonam"... Nunca acreditei nessa frase. Até aquele sábado fatídico. Entrei no avião, sentei-me no meu lugar, e fiquei sozinha, sem nenhum amigo com quem conversar (naquela época, não tinha muitos amigos comigo). Olhei pela janela, o sol ou a lua não iluminava a cidade tão crua... Tirei do bolso um álbum de fotos e fui passando, admirando uma por uma. Demorava-me naquele primeiro pégaso azul, correndo, fugindo, lindo, e sorria. Meus irmãos, não precisava de uma foto deles, já os sabia de cor... — lembrava que minha irmã não se despedira direito de mim. Meu primo, uma amiga da minha irmã, me lembravam de duas realidades, uma delas, bastante vazia de significado, a outra, fundamental. Depois, o Luque, e a Ma Strass: o primeiro, um amigo para toda vida, mais meu do que de muitos, que eu amo do fundo do peito; a segunda, uma pessoa alegre, que poderia ter se tornado uma grande amiga, mas acabou sendo apenas uma amiga de uma amiga, ou algo assim. Sombria, viro a página, e encontro dois homens de branco, cabelo curto, castanho, olhos castanhos, e um olhar estranho: Digo e Ed. Fico confusa com o que senti vendo essas fotos. Na hora, me pareceram apenas pessoas que eu conheço. Agora, sinto a falta deles, como se eles fossem braços que me escaparam há muito tempo. Viro a página. Um Yuri verde, com um sorriso grande demais, forçado, vazio. Balanço a cabeça, senti um ---, aquela foto também não significava nada... Nenhuma delas tinha qualquer significado. A última foto não era de uma pessoa, mas de um grupo, que eu amo muito. Sorri. Não sei se foi essa foto, se foram os desenhos, as palavras do meu bloquinho de notas, ou simplesmente um pensamento, mas algo me fez feliz, me fez sentir alguma coisa, me fez encontrar uma razão para sorrir. Me fez entender que eu não estava sozinha. Fiquei feliz. E confusa. Até então, achava que o amor era uma coisa muito física: você sente uma saudade absurda de abraçar, de conversar, ouvir a voz, ver o outro... De repente, entendi que, só de amar uma pessoa, você não está sozinho. Nunca.

Amanhã (quarta-feira, dia 14 de julho) vou fazer uma pseudo-festa para rever os amigos!! Pessoal, venham a partir do almoço e tragam algum lanche (tipo lanche comunitário de escola... :þþþ)

Aa conversas com o Yuri e com a Lú o e Artur (ao mesmo tempo, uma no telefone e outro no celular) me deixaram num mood muito sussa... Agora... Essa música reflete totalmente meus sentimentos... Eu a canto o dia todo, feliz, saudosa, triste, desesperada, sussa, tomando banho, escrevendo, dormindo... Quando a cantei em Itacoatiara, não imaginava que o resto da letra também fosse perfeito...

Eu te Devoro
Djavan

Teus sinais me confundem da cabeça aos pés
Mas por dentro eu te devoro
Teu olhar não me diz exato quem tu és
Mesmo assim eu te devoro
Te devoraria a qualquer preço
Porque te ignoro, te conheço
Quando chove ou quando faz frio
Noutro plano
Te devoraria tal Caetano a Leonardo di Caprio

É um milagre tudo que Deus criou pensando em você
Fez a Via Láctea, fez os dinossauros
Sem pensar em nada fez a minha vida e te deu
Sem contar os dias que me faz morrer
Sem saber de ti, jogado à solidão
Mas se quer saber se eu quero outra vida, não, não

Eu quero mesmo é viver
Pra esperar, esperar devorar você

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