segunda-feira, 12 de julho de 2004

TADAIMAAA!!!


E aê, pessú, cheguei!! Amazônia foi IRADO, nunca vou esquecer, Silvane, Glendo, Faust, aquela menininha FOFA cujo nome eu não sei, e todos os outros que estavam lá... Pular do barco para enxaguar o corpo e as roupas, dormir na rede, acordar com o sol na cara, aquele pôr-do-sol estonteante, altos Mafiosos, Anjo Maravilha, suco de cupuaçu, bala de cupuaçu, ovo frito no café da manhã, arroz com macarrão alho e óleo no almoço, Adoleta-le peti peti polá-nescafé com chocolate-forma um suco de tomate-que sabor você quer? Priscilomé, lomé, i want to sail, to sail, pricilomé lo sí, i want to sail lo sí, prisci, prisci, priscilomé..... Celebridade é o circo da humanidade e Televisão é o circo da malhação.... AZEM POLÊMICO!!! Caaara, foi tão bom...

"So shake it up babe now
Twist and Shout!!
C'm'on, c'm'on, c'm'on, c'm'on, c'm'on babe now
Came on and work it on out!!"


Eu ainda não acredito que estou aqui, nesse frio do cão... CÃO!! Lolii, eu morri de saudades da Loliloliloliloliloliloliloliloli...... do Argushinho... da Florrshushinha... Mass querrida... Da Mamãe... do Papai... dos meus maninhos... ^^ Foi bom, nos últimos dias, enquanto eu pensava "que droga, agora que a viagem ficou boa eu vou embora", eu percebi que ia ficar feliz quando chegasse em casa, porque ia rever gente de quem eu morria de saudades...

E pensar que, a essa hora, o Y-kun deve estar com aquele grupo bizzarro, andando de ônibus em Manaus, ou indo para lá, para chegar a uma churrascaria cujo banheiro feminino fica em um ARMÁRIO! Affe!. E aquele músico pernambucano cantando Sabiá, Psiu, seja lá qual for o nome da música...

"P'ra todo mundo eu dou psiu
Procurando por meu bem
Com o coração vazio, todo mundo eu dou psiu
sabiá vem cá também"


Eu tô com saudades de você que você nem sonham em imaginar... De todo mundo... Todo mundo...
"Eu oscilo violentamente entre a alegria dessa viagem IRADA e a gana de contar os dias para o fim dela, porque não agüento mais as saudades que me doem. Eu adoro meu grupo, mas em tudo sinto falta de quem não está nele...
(...)
Não sei quem sou, nem de onde vim. Mas sei que te amo.
Sinto sua falta todos os dias. Não consigo esconder.
Fiquei com saudades do Comênius. Da Ação. De tudo.
Da segurança dos seus abraços... de todos."
[escrito na manhã do dia VI, no caderninho-diário, por mim]
[NOTA: esse "de todos" quer dizer 'abraços de todos', e, não, não existe muita possibilidade de outro sentido que esteja correto]


Essa saudade dá amainou quando me apaixonei pela "nossa linda e bela comunidade", e brinquei com as crianças, e joguei bola (perdemos todos os jogos, claro), e parei de pensar, de cantar, de me torturar...

"That was just a dream...
just a dream...
just a dream..."
"But that's all just a dream......
Não adianta. Aperta o peito e EU SEI que não estou sonhando...isso, e eu te amo."
Muito.
[escrito no quinto dia, no caderninho]
"Pergunta: qual foi a da pedra sobre a mesa?"
[escrito em 6/7/2004, em Itacoatiara, no caderninho]

Itacoatiara é uma cidade ao mesmo linda e muito feia. Foi lá que eu vi pela primeira vez, os morcegos voando baixo sobre nossas cabeças, e à nossa volta, como passarinhos negros no fim da tarde. Lá, foi o primeiro pôr-do-sol quase magnífico — porque de forma alguma se compara ao pôr-do-Sol no rio, no meio do banho, tingindo as águas de cores esdrúxulas e pintando as nuvens de tons de vermelho, roxo e azul... — e a primeira vez que olhei p'r'o rio e o chamei de mar... O Rio Amazonas é um pouco menor do que eu o imaginei, mas que é imenso, isso é sim, inqüestionavelmente... Lá, por algumas horas, andamos na chuva, assistimos TV (ou não, depende do ponto de vista), desenhamos, comemos, tomamos sorvete, discutimos bandas e músicas, ouvimos causos de acantonamento, ajudamos pessoas muito simpáticas a pagarem seus jantares, nos perguntamos o que fazia uma pedra sobre uma mesa, nos escondemos das professoras no banheiro do quarto dos meninos, dividimos roupa de cama de uma forma ilógica (eu fico com o travesseiro e você com o lençol), e, depois de muito tempo conversando na cama, dormimos. Foi em Itacoatiara que eu vi aquele céu absurdamente azul, de algodão, lindo, lindo como qualquer coisa pode ser linda, [como essa palavra é estranha...lindo...] e comecei a cantar, ou continuei, ou sei lá, mas não queria, nem tentava parar...
"Tudo Deus fez no mundo pensando em você
Fez a Via Láctea,
Fez os Dinossauros...
Sem pensar em nada fez a minha vida
E te deu...
Imagine(...)"
[escrito no caderninho, como verso de um desenho — não sei se o de Itacoatiara ou do Pégaso]

Acordamos no dia seguinte às cinco da matina, cansados, sonolentos, e nos arrastamos até o barco; eu nem cheguei a ver aquele caminho, só aquela cena nefasta, enquanto entrávamos no que se tornaria rapidamente nossa nova casa.

In the town that I was born
lived a man that went on a trip
And he told us of his life
in a land of fishes and kids

So we sailed up to the Sun
'till we got to a river-sea
And we lived among the bugs
in a boat that's blue and big

We all live in a big blue boat,
a big blue boat, a big blue boat,

As we live this life of ease
Every one of us has all we need
Sky of blue, violet and pink
in a boat that's blue and big

We all live in a big blue boat
a big blue boat, a big blue boat

And my friends are all abord
many more of them live next door
Then the band begins to play
popopopopopopopopo...

We all live in a big blue boat,
a big blue boat, a big blue boat
We all live in a big blue boat,
a big blue boat, a big blue boat...

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