segunda-feira, 22 de novembro de 2004

A Moment of Peace

Um momento de paz, meu menino, ao menos um momento, nós dois merecemos...

Meu amor por você pede que eu te abandone, que eu me esqueça por um momento, que eu adormeça em seus braços, ah! Não seja louco, eu não te deixo sozinho na noite, tenho tanto medo... Um momento de paz, meu amigo, hoje é domingo, por um dia apenas vamos esquecer nossas diferenças e esquecer esse ódio, esquecer essa raiva, esquecer sobretudo a dor que é a única coisa da qual nos lembramos de fato, esquecer que não nos entendemos, que ambos quisemos demais, meu amor! Deixa que o mundo acabe sobre teus ombros... Deixa que nada mais seja desse amor... Porque meu amor é fragmentado, eros e filia não posso afinal amar-vos por inteiro, sois incompletos... Vejo agora, queria eu que vos fundísseis num só ser coeso e esse ser seria afinal perfeito, e eu não teria mais de sofrer...Não?

Me disseram mais de uma vez que eu só tenho medo. Sim, oh, sim, tudo me dá medo. A vitória, a derrota, o empate; qualquer solução, qualquer fim me assusta, me destranquiliza, sim, sim...
O ano passado eu não tinha medo, eu era alguém, mas por outro lado... Será que esse amor, que não tem motivo, que aceita todos os defeitos e que não procura qualidades, está tão errado assim? Por outro lado, será que eu não deveria me preocupar mais com meus amigos que trouxeram tanta coisa boa para minha vida?
Será que, no fim, eu saí perdendo? Desculpa, sem inimigos não há liberdade... E eu gostava, realmente gostava de ser tua inimiga, gato de botas! Nossas batalhas eram enfadonhas, mas no fundo eu gostava muito de tudo aquilo. Se hoje eu tenho gentes que me desafiam, me respondem, me conquistam, por outro lado perdi meu único verdadeiro inimigo... Se hoje tenho com quem lutar, não tenho quem ferir sem machucar... Perdi meu par, meu amigo, meu melhor amigo... Enfants... Ils ne sayent pas sûr que j'écrire, ne? Talvez você tenha razão, meu irmão, talvez o Yuri seja mesmo o único destes tolos que se salva, que ainda resiste como ser humano, mas, NÃO! Não dá, não posso simplesmente achar que esse modo de vida é pior que os outros... Tão perdido, perdidos...

A verdade é que todos temos algo de especial; algo que nos faz únicos.

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Ou talvez eu estivesse já carente demais desse carinho infindável...

Ou talvez eu nunca tenha me sentido parte de grupo nenhum...

No fundo eu me sinto como aquele "excluído que almoça com outros excluídos" do cartaz. Acho que muita gente desse "grupo" (pode-se chamar de grupo????) só está nele porque não foi bem acolhido em lugar algum. E assim nos unimos, fracos e inertes, buscando com apenas nossos corações amor, música, beleza, liberdade, alegria, coragem...

. . .

Vocês não sabem, mas eu sou muito anti-social, às vezes. Tem dias, como hoje, em que eu queria não ter amigo algum. Sim, apenas para encontrar gente e fazer novos amigos com impulso imprecindível. Mas talvez eu esteja apenas bastante irritada com meus amigos. Meus amores. Na verdade, o sentido da palavra amigo já se perdeu para mim há muito, muito tempo. Amigo? O Dan, por exemplo. A Clara... ? Os outros são qualquer coisa que eu não consigo identificar. Tipo o Cham (começando sempre do mais complicado)... ele não é meu amigo, mas também não é mais que um amigo, e definitivamente não é apenas um colega. Então é o quê?! Raios, isso é muito chato! A Ludi também. Às vezes fico em dúvida se ela é minha amiga ou minha mãe... Mas aí converso com mamãe e percebo, realmente, que é só um jogo, um papel, e que ela não viveu o suficiente para ser mãe.


Mas ainda assim é tudo tão ilógico...

Eu não quero mais loucura, eu quero paz! Paz, por favor, um pouco de água... Água, água apenas, mais nada, não quero mais beijos, abraços, não quero mais cafuné, não quero dançar nem cantar, não quero mais. Quero um gole d'água, simples e indiscutível, água doce, limpa, refrescante. Quero dormir e fingir que essa música nunca tocou....

P.S.: Este post é, é claro, muito antigo e obsoleto, até porque uns dois dias depois de escrevê-lo eu desisti de postá-lo, e no fim da semana ele já estava tão longe... Mesmo assim, vou deixá-lo aqui para... efeito de recordação. Agora deixem-me postar essa coisa e ir escrever um post decente!

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