Eu falo com você e percebo
o quanto eu menti pra você
Eu queria ter dito a verdade
Eu queria ter dito a verdade
Eu queria ter dito todas as coisas estúpidas em que eu acreditei
Eu queria ter dito as coisas que pareciam verdade porque eu te queria
Eu queria ter confessado que talvez eu estivesse falando bobagem
Eu queria ter dito a verdade
Eu queria ter tido coragem
Mas eu fiquei em silêncio, e agora tudo passou,
passou.
Eu falo com você e sinto
uma camaradagem tranqüila com você
Por baixo da minha vergonha por ter mentido
Por baixo da minha vergonha de ter escondido
Milhões de verdades como raios de sol no solstício de verão iluminando tudo
Milhões de verdades bonitas que eu podia te oferecer mas não ofereci porque eu tinha mêdo de apenas te ofender
por que eu tinha mêdo de receber um não.
Agora, o que eu posso te dar? Nada, tudo já passou.
Você não precisa mais do que eu tinha a te oferecer
E eu deixei passar
E eu deixei passar
Eu queria ter te mostrado que existia uma cura para a dor
Eu queria ter corrido o risco, e queria ter apostado
Que mesmo se fosse horrível, mesmo se
Mesmo se eu fosse depois me sentir jogada aos teus pés
Eu queria ter apostado na sua benevolência
Em me amar pelo menos um pouco de forma que
Eu não precisasse ter vergonha de estar me arrastando aos seus pés
Eu queria ter te ajudado
Eu queria ter te salvado
Eu queria ter revelado as verdades que eu via em você
Eu queria ter te mostrado a beleza de olhar pra você
Eu queria ter te estendido a mão quando você estava afundando e...
Eu estendi uma mão muito tímida pra você
Porque você era em todo caso tão gigantemente superior que eu, bem...
Eu estendi uma mão tímida pra você
E você ainda me agradece
Eu acho que ainda te amo, embora agora seja diferente
Agora eu não tenho mais tanto mêdo
Em baixo da minha vergonha de ter te contado mentiras
Eu queria ter dito a verdade
Eu queria ter te ajudado
Eu queria ter te oferecido o que eu tinha a oferecer
Eu queria ter me exposto
Eu queria ter tido coragem de me oferecer
No fim, só me resta aquela arte fraca, aquela prova da minha vergonha de não ter coragem de me arriscar pra te ajudar a sair de um mundo mau
...
Mas você saiu sem mim.
3 comentários:
Que lindo, Ma... me identifico. Tantas coisas que a gente deixa de fazer ou dizer por medo. Tem um trecho de uma música em que a Regina Spektor diz "people are just people like you"... a gente não devia esquecer disso... :)
"Será mesmo que saiu?" me pergunto... Tal pensamento de certa forma nos alivia o peso da culpa, como se no fim a inação tenha sido indiferente ao desfecho...
Segues me encantando tão nítido espelho que tenho encontrado por aqui.
Na verdade o último verso é o eu lírico (ahn ham) identificando ele perdeu a chance de ser bom, e que agora tudo o que ele tem a oferecer é a sua covardia.
Postar um comentário