domingo, 24 de abril de 2011

Renúncia [4/4/2004]

Cála
Não quero mais saber
talvez seja só você
e talvez apenas eu
mas cála
pois não sei qual é o que há
eu não quero acreditar
que a vida é só esse breu
Eu não sei se canto ou choro
Eu só quero esquecer
as palavras de outro tempo
E eu abdico dos direitos
Sei que não será perfeito
mas não quero ficar só
no peito aberto e dentro, perto
o som caindo em si no sol
em sentimento
único neste momento
no deserto em prol do tempo
E eu só queria esquecer
a razão desse tormento
e será ela você?
Eu abdico da certeza
eu quero só amar você.

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Acho que este na verdade é meio que uma música, sort of. Mas não muito. Alguns versos têm melodia, outros não, acho esquisito. Acho interessante como eu volto de tempos em tempos a esse tema do "talvez você esteja me fazendo mal, mas eu prefiro não descobrir isso, eu prefiro continuar na ignorância pra poder te amar". Afinal, ignorance is bliss, não é mesmo? Eu gosto do verso "eu não sei qual é o que há". Mas me incomoda todo esse tema de ficar em silêncio, não encarar as coisas. Ainda bem que fiquei mais forte desde então.

obs.: eu alterei os 'cala's do começo, acentuei-os. Hoje em dia isso parece importante pra mim, por algum motivo. Fica mais, sei lá, imperativo. E a gramática não gosta de mim mesmo, por que eu deveria ligar pra se ela tem regras ou não?

Em outro assunto, quando estava pegando esse poema eu considerei rapidamente mudar a ordem de publicação para cronológica, ao invés de alfabética no nome do arquivo (que é mais próxima de 'aleatória'). Descartei a idéia muito rápido porque me pareceu que isso significaria períodos de fases ruins alternados com períodos de fases boas, enquanto eu acho mais tolerável misturar completamente os poemas ruins com os bons. Imagine, vários poemas seguidos da minha sétima série? brrr!

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