Este foi um fim de semana muito divertido. Encontrei gente de quem eu sentia saudades. Tive conversas interessantes. Queria que mais fins de semana fossem assim. Bem, talvez não todos, porque tive pouquíssimo tempo com a família, e tive que dividir esse tempo com alguns amigos, que me pareceram insatisfeitos com a situação. Mas vou falar sbre isso depois.
Uma coisa que eu achei engraçado foi a curiosidade recíproca de vocês dois. Na sexta encontrei o Rafael e ele me perguntou algumas vezes quem era esse tal de Peçanha Leitão, e no sábado o Márcio perguntou, com praticamente o mesmo tom de voz, quem era essa tal de Rafael F. Estando aqui no nosso ponto de encontro comum, me sinto meio ridícula. É ridícula toda a apresentação de conhecidos; me sinto numa festa formal. Mas é interessante, socialmente, eu acho. E de forma alguma inútil.
Eu não soube descrever os dois, como eu saberia descrever minha pequena blogcomunidade? Este é o Yuri, fomos inseparáveis no colegial e agora que nos falamos menos só consigo entender o que ele fala se for com as emoções. Este é o Ugo, nos conhecemos desde que ele (ok, e eu) era um pirralho e nos tornamos algo como irmãos nos últimos tempos, mas eu ainda tenho dificuldade pra entender o que ele pensa, apesar de que vale a pena discutir com ele. Este é o Bruno, um dos meus amigos mais próximos, ele é genial, imprevisível e freqüentemente muito engraçado, mas está sempre tendendo para pensamentos sérios e negros demais. Este é o Márcio,... você precisa conversar com ele pra saber, é claro; ele faz mais coisas do que me parece possível, insere ora gracejos ora discussões sociológicas em tudo e obviamente dá muito valor ao seu senso estético. Este é o Dobz, ele é um mistério pra mim, mas é um bom amigo, é inteligente pacas e tudo o que ele se dá ao trabalho de publicar é interessante. Esta é Talita, ela é minha irmã, alguns dos meus amigos têm um pouco de mêdo dela, ela defende ferrenhamente suas convicções quando não está em dúvida, e é a pessoa com quem tenho mais em comum. Este é o Charles, vivi coisas incríveis com ele desde que nos conhecemos há uns sete anos, ele é às vezes meu escritor favorito, na última vez em que o entendi ele perseguia sonhos como Liberdade, Conhecimento, Verdade, Amor, mas não temos nos falado tanto assim. Esta é a Denise, ela gosta de leituras incrivelmente poéticas, mistura poesia e realidade, e foi uma das que foi uma girlfriend pra mim quando eu estava realmente precisando, sem que ela soubesse. Este é o Laerte: eu não o conheço, na verdade, e também não entendo as tiras dele.
Eu escrevi isso tudo e não tenho vontade de apagar mas ainda me sinto meio ridícula. O que são as pessoas. Como descrevê-las? Eu poderia passar horas falando sobre cada pessoa, cada lembrança que tenho dela, cada opinião que tenho sobre ela, cada coisa que ela criou e que já saiu de suas mãos. No final, eu acabo respondendo coisas vagas como "Ah, ele é meu amigo... nos conhecemos em tal lugar, em tal ano... ele faz tal curso e gosta de tal coisa... e tal..." É bastante frustrante. Você sabe que é uma mentira, mas não pode evitar. Como dizer a verdade, sem dizer mais que o necessário? Como fazer a verdade caber em algumas palavras? Isso entra naquela discussão sobre se poderiam haver Nomes Verdadeiros para as pessoas. O que é mais importante? Com certeza não fiz o melhor que pude com essas descrições. Talvez meus amigos inclusive se sintam diminuídos. Mas como explicar, em poucas linhas, como o Yuri mudou minha visão do mundo, do amar, da música, da poesia, da Verdade? Como explicar em claras palavras minha complexa opinião sobre a personalidade do Márcio, que já passou por tantos extremos contrários? Como ser sucinto e sutil, quando se fala de coisas que tem a ver com a alma, de coisas que se eu páro para pensar eu dificilmente entendo, como a amizade, como o gostar? Como descrever uma pessoa, se não se consegue compreender nem questionar o que ela está fazendo ao seu lado? Qualquer descrição puramente objetiva que eu fizesse seria idiota, e provavelmente deixaria de lado o melhor e o mais importante. Por outro lado, uma descrição verdadeira seria pessoal demais, e por isso mesmo seria, sob outro ponto de vista, uma inverdade.
Por outro lado, se eu fosse explicar porque eu leio o que vocês escrevem, provavelmente os fatores pessoais teriam tanta importância quanto os que se aplicariam a outras pessoas. Acho que me interessar pelo que você se interessa em publicar está relacionado com me interessar por quem você é, por que toda escrita é de si para o papel e porque todo leitor quando lê, lê a si mesmo (eu percebo claramente os pontos fracos dessa argumentação, mas não quero entrar neles. mó pregui)
6 comentários:
adorei esse post! Concordo com tudo que tem nele.
"A Marina é uma pessoa que eu conheço, ou consigo conhecer, menos do que eu gostaria.
A forma peculiar como ela se dedica com uma paixão estranha e admirável a coisas surpreendentes me parece ser o real fundamento da sua aparente imprevisibilidade.
A Marina tem uma graça feminina, charme ou classe particular com a qual ela parece se sentir um pouco desconfortável, preferindo se enxergar e se apresentar como uma pessoa estranha, nerd."
foi o que primeiro me veio à mente, o que melhor consegui escrever em poucos minutos
(não é essa idéia? uma apresentação imediata e não planejada?)
ou será que você estava falando sobre o reverbola?
Interessante essa descrição. É claro que eu não estava falando sobre o Reverbel.
Também adorei o post, na verdae acho bom saber essas coisinhas triviais sobre as pessoas, porque para mim é implícito que você as lê por motivos muitas vezes inexprimíveis. Assim, sabendo os fatos mais básicos, conseguimos situar a pessoa e dar a ela um nome, e saber uma relação imediate que ela tem com você. Aí sim começamos o trabalho de formar a nossa própria opinião pessoal sobre ela. Quer dizer, isso se quisermos nos dar o trabalho. Se não, podemos simplesmente ficar com esse fragmento de impressão, e não vai ser tão ruim.
Mas na verdade queria comentar com o Tito, que até aprovo a noção de Marina dele, mas queria faz um aparte... A Má tem sim uma graça, charme e classe, tem desde que ela existe, mas ao mesmo tempo ela é estranha sim... Como toda essa família maluca. :) Talvez seja a faceta que ela mais usa, mas até aí, talvez seja a faceta que atrai mais gente interessante também. ;)
Eu diria que a Marina é meio central, como o blog, a casa, a vida dela.
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